Almada é mulata, sim, e do Cristo-Rei há vistas para todos os pontos cardeais que nos indicavam impérios.
Há anos que perdemos o sentido da navegação, mas ficou-nos o da dilatação. Inventámos mil desculpas missionárias para chegar às riquezas deste mundo em terras distantes, e levámos tudo de nós. Trouxemos pouco - acho - pelo menos não o suficiente para compreendermos o retorno pós revolucionário. E esquecemos a característica mais importante da análise sociológica que hoje apenas tentamos: o palpitar do coração. Esquecemos, sobretudo, que o nosso saltou através de marés, transformadas em mitos e lendas gregas, epopeias colectivas, do Minho a Timor, em unidade - parafraseando o "tiraninho". Esquecemos, enfim, que Cabo Verde e outras paragens que tais são tão nossas quanto nossas são as boas intenções. Raramente as tivemos, e por isso raramente tivemos Cabo Verde - é infeliz.
Independentemente do que a Praia é hoje, de lá ainda se vislumbra o Cristo-Rei. Também ela é um pouco branca - se é que não somos apenas sarracenos. Mas portuguesa, nem Almada, quanto mais as ilhas distantes...
Simão
ps: a "Song For Bali" dá-me para divagações destas!
No dia 14 em que deixaste esta marca, também eu estive na Almada mulata. Cantámos "parabéns a você" e acrescentámos sempre o teu nome à festa. Muitos daqueles votos sorridentes eram para TI ... certamente.
2 comentários:
Almada é mulata, sim, e do Cristo-Rei há vistas para todos os pontos cardeais que nos indicavam impérios.
Há anos que perdemos o sentido da navegação, mas ficou-nos o da dilatação. Inventámos mil desculpas missionárias para chegar às riquezas deste mundo em terras distantes, e levámos tudo de nós. Trouxemos pouco - acho - pelo menos não o suficiente para compreendermos o retorno pós revolucionário. E esquecemos a característica mais importante da análise sociológica que hoje apenas tentamos: o palpitar do coração. Esquecemos, sobretudo, que o nosso saltou através de marés, transformadas em mitos e lendas gregas, epopeias colectivas, do Minho a Timor, em unidade - parafraseando o "tiraninho". Esquecemos, enfim, que Cabo Verde e outras paragens que tais são tão nossas quanto nossas são as boas intenções. Raramente as tivemos, e por isso raramente tivemos Cabo Verde - é infeliz.
Independentemente do que a Praia é hoje, de lá ainda se vislumbra o Cristo-Rei. Também ela é um pouco branca - se é que não somos apenas sarracenos. Mas portuguesa, nem Almada, quanto mais as ilhas distantes...
Simão
ps: a "Song For Bali" dá-me para divagações destas!
No dia 14 em que deixaste esta marca, também eu estive na Almada mulata. Cantámos "parabéns a você" e acrescentámos sempre o teu nome à festa. Muitos daqueles votos sorridentes eram para TI ... certamente.
Aproveita.
***
Enviar um comentário