quinta-feira, janeiro 29, 2009

Amor vingado

O Creek Side Park diz-se todo pelo nome. É um parque que se estende ao lado do Creek. É preciso acrescentar que o rio – o Creek – lava o Dubai, aqui e ali, e que, à noite, quando se espreita o lençol da cidade velha, as luzes dão-lhe uns ares da cidade do meu coração.

O parque é imenso, verde, arrumado e impecavelmente limpo pelos feios de que já falámos. É um parque temático dentro de um maior que ele, que é o Dubai.

Apetece namorar o Creek Side Park e por ele adentro.

Com o sol pela costas e no fim de uma curva, aproxima-se um árabe a quem não quis perguntar o nome. Conduz um carro que arrumo melhor num campo de golfe, e traz com ele um semblante cerrado.

- Acabaram-se os beijos. Isto é um sítio público!”, apontou o dedo. E seguiu.

Foi a segunda repreensão desta ditadura. Fiquei com o lábio a tremer. Uma rua onde o amor não se pode passear entre uma boca e outra não precisa de existir.

Por ser imenso, o parque tem ainda um teleférico quase barato. Diz que é para ele que o sol se põe, gingão e vaidoso.

Comprámos dois bilhetes. Pela liberdade, pelo amor, e pelo sabor infantil e irresistível de contrariar aquelas sobrancelhas cerradas. Subimos e beijámo-nos como se fosse certo que o sol não ia nascer outra vez.

1 comentário:

angela disse...

oi miga!!
tantos bjs?
ve la eles sao um bocado conservadores nao sao como ha tua "familia cabo verdiana".
deves de tar adorar esses momentos e paisagens.
goza muito ate ao ultimo minuto.

"bjs" pros 2