[Para a agência Lusa]
O jovem ao volante de um táxi preto, luxuoso e perfumado, “mas o mesmo preço do que os outros”, conta à agência Lusa que chegou aqui “depois de ter decidido tomar o seu destino em mãos”, porque “em França a discriminação é um facto”.
Estudou contabilidade mas “as origens” dificultaram-lhe o caminho para “alcançar um estatuto, chegar a um determinado nível, conseguir um emprego na área”.
“É simples. Se um se chama Pierre e o outro Ibrahim escolhe-se o branco”, ilustrou.
Discorda de todas as ideias do partido da extrema-direita francesa, a Frente Nacional (FN), que tem vindo a subir nas intenções de voto dos franceses.
“Crescemos todos com a imagem de que eles não gostam dos imigrantes, querem que saiamos, pensam que somos um peso para a França, um peso para a União Europeia. Temos a impressão de que somos diferentes deles”, afirmou.
“Acho triste que neste mundo existam ainda pessoas com este género de pensamentos. É lamentável que em 2011 ainda exista toda esta discriminação, que possamos ainda falar de racismo, que possamos ainda falar de cor”, argumenta.
A resposta a isto, diz, “é trabalhar, é conseguir”. Não se considera “um exemplo típico” porque é motorista de táxi mas diz ter orgulho naquilo que alcançou. “Trabalho em França, ganho o meu dinheiro em França, pago os meus impostos em França”, diz. Ibraim trabalha 11 horas por dia, sete dias por semana. Ganha entre mil e 1500 euros por mês.
Considera que a líder da FN, Marine Le Pen, “tem que perceber que a França precisou – e vai precisar sempre – dos seus imigrantes”: “Sentir a humilhação a que [os discursos da FN] nos submetem magoa”, diz.
Ainda assim, e apesar da crescente popularidade da líder, cujas sondagens mostram cada vez mais próxima de passar à segunda volta das eleições presidenciais de 2012, Ibraim lembra que “o caminho da integração se fez pouco a pouco” e garante que Marine Le Pen “não mete medo a ninguém”.
1 comentário:
mt bem. a mim tb não mete medo. nenhum le pen!
bj
zé justino
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