No Porto da Manga, em Corumbá, onde o Brasil se encosta à Bolívia, já não é preciso ir para a cama cedo. O programa “Luz para todos” chegou em 2007 e agora vê-se televisão depois de jantar.
Na margem esquerda do rio Paraguai, sustento da maioria dos homens das cerca de 40 famílias da terra, sente-se a brisa e ouve-se o barulho das balsas que levam homens e carros para o lado de lá. Os animais são muitos e os sons misturam-se.
A vida, ouve-se na mesa do café, na esplanada do restaurante e pelas casas, melhorou depois de ter chegado aqui o “Luz para todos”, um programa do Governo Lula que já levou energia elétrica a mais de 11 milhões de brasileiros dos meios rurais.
Eliane, Adão e Sebastião vivem no Porto da Manga há mais de 20 anos. Vivem do rio, acordam todos os dias às 05:00. Eliane apanha isco para os pescadores, Adão e o tio pilotam barcos de pesca. Antes de 2007 usavam lanternas e iam dormir muito cedo, “às 19:00 já estava tudo sossegado”. Agora, conta Sebastião, “as pessoas ficam a ver televisão depois de jantar, até mais tarde”.
A luz não trouxe só a comodidade de largar a lanterna e o eco da televisão que acompanha esta conversa. Os pescadores da terra são hoje mais independentes. “Antes, o hotel, o único que tinha gerador de eletricidade, comprava-nos o peixe ao preço da chuva. Eles sabiam – e nós também – que se não vendêssemos o peixe, mesmo que barato, perdíamos tudo o que tínhamos pescado”, explicou.
E claro, acrescentou Eliane, “agora pode guardar-se uma fruta, carne ou comida feita no frigorífico, e isso é melhor”. Esta família paga 77 reais (35 euros) de luz por mês.
Eliane recebe 80 reais (36 euros) do Bolsa Família, o programa de distribuição de rendimentos do Governo: “Ajuda qualquer coisinha, mas não dá para nada. Faço umas comprinhas, pago alguma conta… Vamos vivendo”.
Umas casas ao lado, mais perto do rio, o pescador Vítor, 57 anos, “quase todos vividos entre Corumbá e Porto da Manga”, aplaude os oito anos de Governo de Lula da Silva.
“Ele mudou muito o Brasil, foi um bom Presidente. Quem disser que não está a mentir. Mudou o trabalho, a escola, tudo. Apoiou muito as famílias, ajudou muito a pobreza e trabalhou em benefício dos pescadores, que hoje têm direitos”, argumentou. E com a luz, acrescentou, “a vida aqui mudou 100 por cento. Foi uma maravilha passar a ter água fresca em casa”.
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