O Secretário Nacional de Segurança Pública do Governo de Lula da Silva em 2003, Luiz Eduardo Soares, defendeu, em entrevista à Lusa, que o Presidente “perdeu uma oportunidade histórica para resolver os problemas de segurança do país”.
Para o coautor do livro que inspirou o filme “Tropa de Elite” – que ilustra um quotidiano violento e corrupto no Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro – “é uma deceção muito grande que Lula da Silva tenha perdido a oportunidade de se desfazer da herança da ditadura militar [1965-1985] e passar o Brasil a limpo na área da segurança pública, pondo fim à tortura”.
“O Brasil herdou da ditadura problemas da maior gravidade no plano das estruturas organizacionais. Era imperioso que se estendesse o processo de transição democrática às polícias e às instituições afins para que pudéssemos começar o processo de atualização das polícias, para que elas se convertessem em instrumentos democráticos, ao serviço do estado democrático, de direito, de cidadania, cumprindo em fim suas missões constitucionais”, explicou.
Luiz Eduardo Soares foi um dos coordenadores do plano que integrou o programa de Governo de Lula da Silva e que o Presidente decidiu depois não levar avante.
“Tratava-se de uma reforma profunda das instituições através de mudanças na Constituição. O compromisso era eliminar a tortura, as execuções extra-judiciais, a brutalidade policial, o desrespeito aos direitos humanos, valorizar o trabalhador policial como cidadão, como profissional”, acrescentou.
Em agosto de 2003, diz, todos os Governadores dos 27 Estados do país tinham assinado o termo de compromisso com as mudanças, o chamado “Pacto pela Paz”. E então o Presidente recuou: “Lula decidiu não avançar com esta mudança porque os seus conselheiros avaliaram que ele se tornaria o grande protagonista da segurança pública no Brasil”, considera.
“O Presidente não quis assumir o início de um longo processo, cujos resultados seriam colhidos ao longo de anos, já com os seus sucessores, e cujos custos seriam pagos por si; os custos de resistência, de necessidade de ajustes, normais num processo de mudança”, acrescentou.
O antropólogo defende que isto aconteceu também porque “hoje a situação é muito confortável”, sendo que a Presidência não tem responsabilidades diretas sobre a questão da segurança e isso, diz, “permite-lhe lavar as mãos, deixar a bomba no colo dos governadores e, quando a situação se torna explosiva – dramática – aparecer de uma maneira muito simpática, muito solidária, a prestar ajuda”.
“Os Presidentes anteriores avaliaram que esta situação, apesar de muito mais nociva para o país, é muito mais confortável politicamente. E Lula acabou por fazer o mesmo”.
Para o coautor do livro que inspirou o filme “Tropa de Elite” – que ilustra um quotidiano violento e corrupto no Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro – “é uma deceção muito grande que Lula da Silva tenha perdido a oportunidade de se desfazer da herança da ditadura militar [1965-1985] e passar o Brasil a limpo na área da segurança pública, pondo fim à tortura”.
“O Brasil herdou da ditadura problemas da maior gravidade no plano das estruturas organizacionais. Era imperioso que se estendesse o processo de transição democrática às polícias e às instituições afins para que pudéssemos começar o processo de atualização das polícias, para que elas se convertessem em instrumentos democráticos, ao serviço do estado democrático, de direito, de cidadania, cumprindo em fim suas missões constitucionais”, explicou.
Luiz Eduardo Soares foi um dos coordenadores do plano que integrou o programa de Governo de Lula da Silva e que o Presidente decidiu depois não levar avante.
“Tratava-se de uma reforma profunda das instituições através de mudanças na Constituição. O compromisso era eliminar a tortura, as execuções extra-judiciais, a brutalidade policial, o desrespeito aos direitos humanos, valorizar o trabalhador policial como cidadão, como profissional”, acrescentou.
Em agosto de 2003, diz, todos os Governadores dos 27 Estados do país tinham assinado o termo de compromisso com as mudanças, o chamado “Pacto pela Paz”. E então o Presidente recuou: “Lula decidiu não avançar com esta mudança porque os seus conselheiros avaliaram que ele se tornaria o grande protagonista da segurança pública no Brasil”, considera.
“O Presidente não quis assumir o início de um longo processo, cujos resultados seriam colhidos ao longo de anos, já com os seus sucessores, e cujos custos seriam pagos por si; os custos de resistência, de necessidade de ajustes, normais num processo de mudança”, acrescentou.
O antropólogo defende que isto aconteceu também porque “hoje a situação é muito confortável”, sendo que a Presidência não tem responsabilidades diretas sobre a questão da segurança e isso, diz, “permite-lhe lavar as mãos, deixar a bomba no colo dos governadores e, quando a situação se torna explosiva – dramática – aparecer de uma maneira muito simpática, muito solidária, a prestar ajuda”.
“Os Presidentes anteriores avaliaram que esta situação, apesar de muito mais nociva para o país, é muito mais confortável politicamente. E Lula acabou por fazer o mesmo”.
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