“Uma visita inoportuna” transforma o trágico da vida numa comédia de morte”. Está em cena no Teatro Municipal de Almada até 7 de Fevereiro, de quinta-feira a domingo.
"Uma comédia de morte". É assim que o encenador Philip Boulay, director artístico da Wor(l)ds Compagnie, descreve a última obra escrita pelo cartonista, romancista e dramaturgo argentino Copi (pseudónimo artístico de Raúl Damonte Botana).
"Esta peça foi escrita numa altura em que ele já sabia que tinha Sida e que morreria em breve", recordou.
“E o que é interessante neste texto é que Copi transforma o trágico da vida numa comédia de morte, sempre com um tom pleno de elegância. É com elegância que ele se despede do teatro e do seu público”.
Para Boulay, “como em todo o teatro deste autor, esta peça põe em cena um episódio da sua vida”: “Hoje, mais de 20 anos depois da sua morte, há uma coisa que podemos observar: a estrutura das suas peças exprime uma mecânica da angústia, e foi isso que me interessou”, disse.
O encenador sublinhou ainda o facto de, “nesta interpretação, Copi ser visto num sentido amplo do termo, fugindo a conotações de outras épocas, que reduziram a peça à ideia de uma comédia gay”.
“É certo que a sexualidade tem importância, mas a peça não se esgota nela. Nem Copi pode ser visto apenas como um autor gay, ele é polimórfico”, considerou, acrescentando que “o essencialismo é a pior coisa que podemos fazer a um autor e à sua obra”.
Diogo Dória veste a pele e o pijama de Cirilo (Copi), uma personagem da qual se aproximou “olhando para cada palavra do texto, porque todas as palavras eram Copi e a sua essência”.
Para o actor, “a força desta peça é a relação entre o trágico, que é a morte, e a grande gargalhada, que é a vida”: “O público vai confrontar-se com a morte e vê-la ser tratada de uma forma muito colada à vida”, prometeu.
É assim que, no quarto de hospital onde Cirilo (Copi) morre de Sida, e no dia em que passam dois anos sobre a data em que soube estar infectado, que se cruzam personagens hilariantes e bizarras, que dão forma a esta tragicomédia.
À volta desta morte inevitável - e a parodiá-la - estão Humberto, velho amigo, que veio anunciar a construção de um luxuoso mausoléu, até ao jovem e tímido jornalista que lhe desperta uma paixoneta, passando por uma louca diva de ópera italiana, um médico que pratica lobotomias nas horas vagas e uma enfermeira que fuma ópio.
“Une visite inoportune” estreou em 1988, no Théâtre de la Colline de Paris, já depois da morte do autor.
"Uma comédia de morte". É assim que o encenador Philip Boulay, director artístico da Wor(l)ds Compagnie, descreve a última obra escrita pelo cartonista, romancista e dramaturgo argentino Copi (pseudónimo artístico de Raúl Damonte Botana).
"Esta peça foi escrita numa altura em que ele já sabia que tinha Sida e que morreria em breve", recordou.
“E o que é interessante neste texto é que Copi transforma o trágico da vida numa comédia de morte, sempre com um tom pleno de elegância. É com elegância que ele se despede do teatro e do seu público”.
Para Boulay, “como em todo o teatro deste autor, esta peça põe em cena um episódio da sua vida”: “Hoje, mais de 20 anos depois da sua morte, há uma coisa que podemos observar: a estrutura das suas peças exprime uma mecânica da angústia, e foi isso que me interessou”, disse.
O encenador sublinhou ainda o facto de, “nesta interpretação, Copi ser visto num sentido amplo do termo, fugindo a conotações de outras épocas, que reduziram a peça à ideia de uma comédia gay”.
“É certo que a sexualidade tem importância, mas a peça não se esgota nela. Nem Copi pode ser visto apenas como um autor gay, ele é polimórfico”, considerou, acrescentando que “o essencialismo é a pior coisa que podemos fazer a um autor e à sua obra”.
Diogo Dória veste a pele e o pijama de Cirilo (Copi), uma personagem da qual se aproximou “olhando para cada palavra do texto, porque todas as palavras eram Copi e a sua essência”.
Para o actor, “a força desta peça é a relação entre o trágico, que é a morte, e a grande gargalhada, que é a vida”: “O público vai confrontar-se com a morte e vê-la ser tratada de uma forma muito colada à vida”, prometeu.
É assim que, no quarto de hospital onde Cirilo (Copi) morre de Sida, e no dia em que passam dois anos sobre a data em que soube estar infectado, que se cruzam personagens hilariantes e bizarras, que dão forma a esta tragicomédia.
À volta desta morte inevitável - e a parodiá-la - estão Humberto, velho amigo, que veio anunciar a construção de um luxuoso mausoléu, até ao jovem e tímido jornalista que lhe desperta uma paixoneta, passando por uma louca diva de ópera italiana, um médico que pratica lobotomias nas horas vagas e uma enfermeira que fuma ópio.
“Une visite inoportune” estreou em 1988, no Théâtre de la Colline de Paris, já depois da morte do autor.
Sem comentários:
Enviar um comentário